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Wednesday, November 02, 2005

Poema II

Outro poema do Roberto. Mesmo antes da gente começar a namorar eu já tinha me apaixonado pelos poemas dele que li numa página da internet. Aliás, chequei agora e a página ainda existe. Pena que ultimamente ele não venha mais escrevendo tantos poemas.

Anti-soneto
(Roberto Oliveira)

Quem escreve um soneto esperando
apreender da realidade um átimo
aposta no difícil e ilegítimo
como se do quebra-cabeça jogando

as suas peças todas pelo ar,
enquanto a natureza nos refoga
e o mundo vem, nos come, cospe e caga,
caíssem as peças todas no lugar.

O soneto é, portanto, um anti-mundo
porque imundo e caos é tudo e paradoxo
é o próprio universo bom e mal.

Não rimam a criança e o maremoto.
As coisas não nos dizem o seu nexo;
poetizá-las é trabalho pouco ateu.

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